Esse texto é uma história, a minha história… Ele conta a minha trajetória até o dia que decidi “viver” de viagens.  

E não tem como eu contar essa história sem falar um pouco da minha carreira, dos meus tempos de faculdade porque está tudo interligado. 

Eu espero que esse texto te ajude a me conhecer um pouco melhor e que te inspire a viver seus sonhos.

Às vezes as coisas nascem de forma egoísta

Tudo nasceu de uma forma “egoísta” assim como a maioria dos produtos e empresas. 

Eles nascem de um problema específico de alguém, alguém que não estava conseguindo encontrar uma solução “fora” e acaba construindo a solução pro seu próprio problema

Depois de criado fica mais fácil levar a solução a outras pessoas também, então no fim é um egoísmo bom, você não acha? 

Quando eu falo egoísmo, digo isso porque primeiro “a coisa” surge para resolver a dor específica de alguém e só depois é que isso vem a se tornar um negócio ou não. 

E com o Fórmula de Viagem não foi diferente, nasceu lá nos primórdios das minhas viagens e não tinha nem nome e nem forma ainda. 

Surgiu da solução que eu tentei dar para as minhas dificuldades em planejar a minha primeira grande viagem internacional em 2015.   

Hoje eu sei muito sobre planejamento de viagem, sei quando uma passagem é boa ou não, sei escolher um hotel, sei verificar a localização, sei procurar passeios, sei montar uma viagem como um todo.  

Mas eu só sei isso hoje porque quando eu comecei eu não encontrei o que eu esperava em serviços básicos, então eu tive que me virar. 

E eu sou muito assim: tenho uma expectativa sobre algo, entendo que aquilo devia funcionar do jeito “x” e quando eu vejo que não funciona, eu não me conformo. 

Não aceito que a coisa não faça aquele mínimo que eu imagino na minha cabeça. 

Então eu mesma procuro a solução para aquilo.

E eu consegui resolver meu problema com o planejamento de viagens fazendo as coisas sozinha e com isso pude começar a ajudar outras pessoas. Estava nascendo um negócio e eu ainda nem sabia.

Claro que não dá pra pegar todas essas frustrações que a gente tem e transformar numa oportunidade de negócio todas as vezes porque senão cada um de nós já teria umas 200 empresas que não teriam durado nem 2 min cada uma.

Mas se você estiver atento e souber o que gosta, vai perceber quando tiver algo em mãos que pode se tornar uma grande oportunidade. E foi assim comigo.

Clientes amigos foram surgindo, eu fui estudando mais sobre esse mundo, comecei a ver coisas de marketing digital, fui percebendo que era possível viver de viagens e em um momento a Dirlene se juntou a mim e o Fórmula de Viagem nasceu oficialmente.

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Eu e a Dirlene em um evento em outubro desse ano.

Mas espera, não foi só isso e não foi só assim… 

Eu preciso te contar um pouco da minha trajetória profissional para você entender como foi natural pra mim aprender a planejar uma viagem, afinal eu vivia disso: de planejar e gerir projetos (de desenvolvimento de produtos, mas os conceitos por trás servem pra tudo). 

E no fim das contas uma viagem nada mais é do que um projeto, então por conta disso tudo se conectou mais fácil na minha cabeça.  

Você também vai entender que a bagagem que eu “ganhei” ao longo dos anos me preparou para ser uma empreendedora hoje.

O começo de tudo – quando eu ainda não sabia que queria viver de viagens

Em 2010 eu iniciei a faculdade de Administração Empresarial em uma das melhores escolas de gestão do país, a ESAG, que é um dos centros da Universidade do Estado de Santa Catarina. 

Lá eu pude me inserir num universo maravilhoso de mentes jovens e bem conectadas que faziam projetos incríveis e geriam o Diretório Acadêmico do nosso centro – o DAAG. 

Nós éramos responsáveis por eventos, projetos educacionais, gincanas, recepções de novos alunos, tínhamos lojinha e tínhamos uma estrutura e uma equipe para manter e gerir.

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Foto tirada no final de 2012, último ano de DAAG da maioria da galera dessa foto.

Com tudo isso tínhamos a oportunidade de usar o que aprendíamos em sala de aula e mais diversas novidades do mundo da administração. 

Mas enquanto eu participava do diretório eu também trabalhava em outros locais que garantiam o meu dinheirinho, já que o trabalho na universidade era voluntário.  

Eu fui bolsista, auxiliar de cozinha em uma escola particular e depois em uma pousada/restaurante, fui estagiária de RH e depois de Financeiro e por fim fui estagiária em gestão de projetos. 

Tudo isso em 2 anos e meio enquanto eu fazia as mais diversas atividades no diretório acadêmico. 

Foi um período incrível, desafiador e transformador. 

Era aquela época da vida que você dá conta de trabalhar o dia inteiro, ir pra aula a noite, fazer reunião depois da aula até 1h da manhã e ainda ia pro bar e pra balada no meio da semana… 

Digo tranquilamente que foi uma das épocas mais felizes da minha vida.

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Foto da confraternização do final de 2012 para juntar a “velha guarda” do diretório.

Mas por que eu contei isso? 

Pra te dizer que o tempo no Diretório Acadêmico me acostumou “mal”, pois eu estava em um ambiente confiável, descontraído, com abertura para feedback e com uma oportunidade de aprendizado sem igual. 

Já quando eu caí no mundo corporativo tradicional – que foram os meus dois estágios na área de adm – eu vi que a vida não seria daquela forma e que nem todos os lugares eram tão pra “frentex” assim.

O mundo real

No meu último estágio eu acabei sendo contratada, isso no início de 2013, e foi onde eu construí minha carreira como Gestora de Projetos até sair da empresa esse ano – março de 2019. 

Eu aprendi, praticamente do zero, tudo sobre gestão de projetos. Aprendi conceitos básicos, conceitos avançados, diversas correntes diferentes, ferramentas, fiz certificações. 

Fiz um milhão de cronogramas, analisei centenas de caminhos críticos, agendei e coordenei centenas de reuniões também, ajudei a lançar dezenas de produtos, trabalhei com praticamente todas as áreas da empresa, me envolvi em grupos de melhorias, participei da construção de processos e da reconstrução de outros.

Tudo isso ao lado de pessoas incríveis que fizeram parte dos meus quase 7 anos de empresa. E também ao lado de algumas criaturas que eu quis matar algumas diversas vezes, mas tudo isso faz parte do processo (quem nunca?).  

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Confraternização do meu antigo trabalho. Aí tem só uma parte da turma.
A equipe já estava bem grande nessa época.

Eu fui muito feliz no meu trabalho, foi onde eu me tornei adulta, onde construí uma carreira, entrei uma menina e saí uma mulher capacitada. Sou muito grata ao que eu vivi por lá. 

Mas também descobri o que eu acredito ser o caminho correto das coisas, de como eu acho que uma equipe deva ser liderada e um milhão de coisas que eu não queria mais viver. 

Porque lembra que eu tinha coisas muito legais lá no DAAG? Pois é, eu não tinha esquecido e nem desistido delas. 

Eu não aceitava mais o: “as coisas sempre foram assim”, “somos uma empresa muito grande, não dá pra mudar tudo”, “você precisa entender o fulano”, “em outro lugar vai ser igual ou pior”, “toda empresa é assim”. 

Não é. 

Eu não aceitava mais que me dissessem que o mundo era assim e que eu não ia encontrar nada de diferente lá fora. 

Eu via as outras empresas, as ações que outros lugares faziam, a abertura, o aceitar que o mundo mudou… Portanto eu sabia que existiam empresas com valores e práticas mais alinhadas com o que eu acreditava.

Então não, não dava mais pra ouvir que todo lugar era igual porque não era. 

Eu precisava viver a minha verdade e andar pelas minhas próprias pernas. E eu sabia que esse dia ia chegar em algum momento.

O meu mundo real – aqui eu já queria viver de viagens

Bom, enquanto eu estava lá sendo uma gestora de projetos, eu também estava aprendendo a planejar minhas viagens nas minhas horas vagas e mais tarde começando a planejar para outras pessoas como eu contei mais acima no texto. 

E esse trabalho paralelo foi tomando forma e foi matutando na minha cabeça durante alguns anos até eu realmente tomar uma atitude e iniciar minha própria empresa. 

Você consegue perceber que eu não queria só viver de viagens? Eu precisava viver o que eu acreditava que uma empresa tinha que ser. 

Então o Fórmula de Viagem não é só um sonho de trabalhar com aquilo que amo fazer, mas é também a criação de um negócio em acordo com o que eu acredito ser fundamental para uma empresa e o que quero deixar de legado pro mundo

Vou quebrar a cara algumas vezes? Com certeza. 

Já quebrei a cara nesses primeiros meses? Com certeza. 

Vou “pagar minha língua” como se diz por aí? Imagino que em alguns aspectos eu com certeza vá. 

Mas eu vou ter tentado viver da forma que eu acredito ser certa e tenho certeza que vou atingir bons resultados por isso. 

Então o dia que decidi viver de viagem não foi só um dia, foram anos. 

Anos até estar pronta, anos até ter coragem, anos até ter mais experiência. Anos. 

E se você me perguntar se me arrependo de não ter sido antes, não, eu não me arrependo. 

Foi quando tinha que ser, foi quando eu encontrei empolgação e amparo em uma possível parceria. Porque eu não sei se teria tido coragem se fosse sozinha. 

Di, obrigada por me escutar, por me dar corda. Eu não estruturei isso, eu não estruturei um convite, eu não arquitetei uma sociedade, ela fluiu. 

Fluiu porque de alguma forma nós precisávamos uma da outra para tomar coragem. Você não é minha sócia por acaso, você é porque tinha que ser. 

E mais uma vez, obrigada a empresa onde eu trabalhava. Nada disso teria acontecido se não fosse por esse lugar. A Dirlene, o meu amor Felipe, o Fórmula e todos os amigos que eu fiz pro resto da vida. Obrigada. 

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Foto tirada em um dos encontros das meninas.
Nessa época apenas eu e a Karine (ponta esquerda da foto) continuávamos na mesma empresa.

E você, seja grato a sua história

Mas mude quando precisar mudar, enxergue quando a vida te mostrar que existem outras possibilidades, viva mais de acordo com a sua verdade, não esqueça os seus valores, fale quando se sentir incomodado, pare pra escutar seu coração e siga a sua intuição. 

Não importa se você é novo ou velho, sempre é tempo de ser mais feliz, mais leve, mais sincero com você mesmo, com o mundo. 

Mas não vá fazer nenhuma loucura por aí. Eu mesma sou meio conservadora, meio metódica, não sou de fazer loucuras, então meu processo foi mais calmo, mais estruturado. 

Foi o que eu precisava que fosse: um processo seguro. 

Claro que você sabe o que é melhor pra você, mas se estiver com vontade de largar tudo pro alto depois de ler a minha história, me manda mensagem que a gente conversa e tenta segurar essa ansiedade, ok? 

Quero que seu processo te traga boas lembranças e bons resultados. Então bora fazer ele estruturado e suave.

E se não quiser mudar nada, pelo contrário, tem ainda mais certeza de que está no lugar certo fazendo o que gosta, maravilha! Te desejo todo o sucesso que você puder alcançar. Mas também fique a vontade se quiser bater um papo. 

Obrigada por me “escutarem”. Até a próxima história!

Ps: pode me mandar mensagem no @brupirescamargo ou por e-mail no bruna@formuladeviagem.com.br

4 respostas

  1. Bom, eu já sabia da maior parte da história e fiquei muito feliz quando meu nome apareceu no meio dela. Não é por acaso que nos reencontramos para dar inicio a esse projeto e fazer algo que acreditamos tanto! 

Obrigada pela parceria e pelos aprendizados nesses quase 11 meses de empresa! Sozinha eu também não teria feito nada.

    Com certeza já não somos mais as mesmas e tudo isso já abriu um mundo de possibilidades que antes não víamos.

    E seguimos juntas, porque o Trello tá cheio e, pra nós, o céu é o limite!

  2. Que texto cheio de vida e emoção Bruna! Fico contente por você ter tido a coragem, a determinação e a escolha em mudar para ser mais feliz! Não conhecia toda a sua trajetória mas admiro quem abraça suas próprias verdades. Sucesso!!!

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